domingo, 8 de março de 2009

Bayer exclui realização de grandes aquisições em 2009


O presidente da Bayer, Werner Wenning, deixou claro que este não será um ano de grandes negócios na área das aquisições para a companhia, a qual está empenhada em reduzir as dívidas e assegurar ganhos num ambiente económico difícil.

Esta foi a principal mensagem retirada da conferência de imprensa da Primavera, que teve lugar em Leverkusen, na Alemanha. Werner Wenning revelou terem sido alcançados resultados saudáveis em 2008, especialmente na área da saúde e apesar do mau momento por que atravessa a unidade MaterialScience, em face da crise economica. Não obstante, afiançou, «estamos a beneficiar de um alinhamento do grupo no sentido dos negócios na área das ciências da vida, os quais são menos dependentes do desenvolvimento economico global».

No ano passado, assistiu-se a uma série de negócios na divisão de saúde, incluindo a compra do negócio OTC no Leste europeu da Sagmel, as aquisições da Direvo Biotech, de Colónia, e do portfólio de hematológicos em desenvolvimento da Maxygen, bem como do programa pré-clínico de oncologia da Nycomed. No entanto, estas não foram operações verdadeiramente “bombásticas”, e não se prevê que a Bayer venha a efectuar alguma desse calibre num futuro próximo.
Wenning disse que, «por enquanto, vamos dar prioridade à nossa liquidez e à salvaguarda de receitas» e acrescentou que a estratégia de crescimento externo do grupo «deverá ser implementada agora com um pouco mais de cautela, tendo em conta as incertezas associadas à crise económica».

Ao “PharmaTimes”, o presidente do grupo explicou o que seria para a Bayer um grande negócio, comentando que «tenho a certeza de que não efetuaremos quaisquer transações na ordem dos milhares de milhões de euros este ano». Todas as possibilidades serão analisadas, acrescentou, mas o principal objetivo da Bayer é reduzir a dívida líquida de cerca de 14.2 bilhões de euros para 10 bilhões de euros.

Wenning confirmou ainda que «não temos qualquer interesse em comprar negócios de genéricos» e disse que a inovação é o caminho a seguir para a Bayer. A este propósito, observou que o orçamento de I&D do grupo para 2009 é de 2.9 bilhões de euros, «o maior orçamento em I&D na história da nossa empresa», cerca de dois terços do qual serão canalizados para a área farmacêutica.

«Nestes tempos turbulentos, é óbvio que poderíamos ajudar a melhorar os ganhos no curto prazo através de cortes na investigação... Mas essa seria uma estratégia errada, que não seria sustentável, e seria míope», afirmou ainda o responsável, defendendo que investir em I&D é «o modo como salvaguardamos o crescimento - e com isso o emprego e a prosperidade, mesmo que na maioria dos casos sejam necessários muitos anos até que possamos colher os frutos deste investimento».

04-Mar-2009 Netfarma.pt

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